Ainda não foi desta vez. “O Ano Em que Meus Pais Saíram de Férias”, de Cao Hamburguer, está fora da corrida pelo Oscar de melhor filme em língua não inglesa de 2007.
O longa, que tem Caio Blat e Simone Spoladore no elenco, conta as mudanças no dia-a-dia de um menino durante a ditadura militar brasileira.
Cão Hamburguer lamentou o resultado, mas afirmou que estar entre os nove selecionados a uma indicação já valeu a pena. "O fato de não ter nenhum representante latino-americano, cuja cinematografia é tão forte, mostra como isso é uma loteria", disse.
O diretor chegou a ficar 10 dias nos Estados Unidos, agora em janeiro, fazendo campanha para que "O Ano" fosse indicado ao Oscar. "Não vejo razão para ele ter ficado de fora, mas também não conheço os outros filmes. Vi apenas que há uma concentração de produções européias", acrescentou Cao, que já escreve dois novos filmes. "A vida continua, estou saindo para trabalhar".
Com um discurso semelhante ao de Cão, Simone também disse ter ficado feliz por ter chegado até aqui. “Estava na torcida, mas todos ficamos bem felizes de ficar entre os finalistas. O filme é bonito e vale por ele mesmo, isso é só uma coisinha a mais", declarou Simone. "A gente não viu os outros filmes, não dá para dizer por que não entrou. É uma pena."
“O Ano...” concorria à vaga com outros oito filmes, sendo três de diretores já premiados: “12”, de Nikita Mikhalkov; “A desconhecida”, de Giuseppe Tornatore (de “Cinema Paradiso”); e “A Era da Inocência”, de Denys Arcand (de “As Invasões Bárbaras).
Ainda na disputa pela vaga estavam “Katyn”, de Andrzej Wajda; “Armadilha”, de Srdan Gulobovic; “Beaufort”, de Joseph Cedar; “Mongol”, do russo Sergei Brodov; e “Die Fälscher”, do austríaco Stefan Ruzowitzy.
Caio Gullane, um dos produtores do filme, também lamentou a não indicação. "Não fazemos filme para concorrer ao Oscar, mas estamos chegando perto. Estávamos torcendo pela indicação até para o fortalecimento do cinema brasileiro como um todo. Mas o fato de estar na lista causou uma boa impressão no Brasil todo, principalmente na classe cinematográfica", disse.
Caso "O Ano..." tivesse ficado entre os cinco finalistas ao Oscar de melhor filme de língua estrangeira, esta seria a quinta vez que o Brasil concorreria na categoria. As outras vezes foram com "O Pagador de promessas " (1963), de Anselmo Duarte; "O Quatrilho" (1996), de Fábio Barreto; "O que é isso, companheiro?" (1998), de Bruno Barreto; e "Central do Brasil" (1999), de Walter Salles.
Outro brasileiro que tinha a chance de levar uma estatueta era Antônio Pinto, que compôs "Despedida" com Shakira para "O Amor nos Tempos do Cólera". Mas também ficou fora da disputa.
Foram anunciados os concorrentes ao Oscar em todas as categorias da premiação. Na disputa de melhor ator estão: George Clooney, por "Conduta de Risco"; Daniel Day-Lewis, por "Sangue Negro"; Johnny Depp, por "Sweeney Todd - O Demoníaco Barbeiro da Rua Fleet"; Tommy Lee Jones, por "No Vale das Sombras", e Viggo Mortensen, por "Senhores do Crime".
Concorrem como melhor atriz Cate Blanchett, por "Elizabeth: The Golden Age"; Julie Christie, por "Longe Dela"; Marion Cotillard, por "Piaf - Um Hino ao Amor"; Laura Linney, por "The Savages"; e Ellen Page, por "Juno".
Entre os diretores, foram indicados Julian Schnabel (“O escafandro e a borboleta”), Joel e Ethan Coen (“Onde os fracos não têm vez”), Tony Gilroy ("Conduta de Risco"), Jason Reitman (“Juno”), Paul Thomas Anderson (“Sangue Negro”).
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