O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza nesta quarta-feira a terceira reunião ministerial do segundo mandato. Antes dessa, ele já havia reunido seus comandados em abril e agosto do ano passado. Na reunião de hoje, Lula distribuirá aos ministros uma cartilha com o relatório das ações do governo. O objetivo é fazer com que todos tenham conhecimento do que está sendo feito fora de sua área.
A cartilha terá informações detalhadas para ajudar os ministros a ter compreensão total das ações governamentais e a municiar sua base nas eleições municipais.
Até ontem à noite, a expectativa era de que todos os ministros participassem da reunião. Durante o encontro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve fazer uma apresentação sobre o desempenho da economia e mostrar alguns cenários com as perspectivas econômicas considerando os efeitos da crise americana.
A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apesar de já ter divulgado o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), deve voltar ao tema e fará uma explanação. É possível que ela fale também sobre o cenário energético.
Mas o foco principal dessa reunião entre Lula e seus comandados deve ser político. Desde o ano passado, quando foi derrotado na votação da Emenda Constitucional que prorrogava a cobrança da CPMF, no Senado, o governo tem tentado melhorar sua relação com o Congresso. Para isso, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, deve exortar aos colegas na reunião sobre a necessidade de abrir os canais de diálogo com a base no aliada.
Durante a reunião, Múcio deve comentar as dificuldades que têm para fazer garantir a nomeação dos aliados políticos em cargos federais nos Estados. O problema já existia com o ex-ministro da pasta, Walfrido dos Mares Guia, e se manteve na gestão de Múcio. Nas últimas semanas, o ministro tem procurado pessoalmente cada colega para facilitar as nomeações.
O presidente deve ajudar no recado de Múcio e dizer que quer ver todos os ministros ajudando na sustentação política do governo. Lula não quer ficar à mercê de cobrança de emendas e de indicações políticas, como ocorreu durante 2007.
Outro tema que deve ser debatido hoje é o cronograma de negociação da reforma tributária com o Congresso. O projeto deve ser enviado na primeira semana de funcionamento da Câmara e do Senado, mas ainda depende da avaliação do Conselho Político da Coalizão, que agrega todos os presidentes e líderes da base aliada no Congresso.
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